Cores Complementares: o Que São e Como se Usam na Decoração | + 17 Fotos como Inspiração

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Quando nós, leigos na matéria, escolhemos as cores para a decoração de interiores da nossa casa, estamos a tomar uma decisão que se baseia, essencialmente, no nosso instinto e intuição. Todos sabemos de cor algumas cores que combinam, mas, para os designers de interiores e decoradores, o instinto anda de mãos dadas com um profundo conhecimento do círculo cromático (também conhecido como “roda das cores”), uma ferramenta importante no trabalho destes profissionais, na medida em que os abastece de ideias em relação às combinações mais ou menos harmoniosas.

Aqui na homify, dedicamos vários artigos ao tema das cores—que é sempre uma das questões primordiais quando se começa a pensar na decoração de um espaço—e queremos ajudá-lo a perceber melhor como é que os designers se servem da roda das cores nos seus trabalhos. São noções extremamente úteis que agora passamos para si. Neste artigo em particular, debruçar-nos-emos sobre as cores complementares. Conhece o conceito? Nós vamos explicá-lo e, ao mesmo tempo, mostrar-lhe alguns projectos que se destacam pelo uso de cores complementares. Ora veja!

1—O que é o círculo cromático (roda das cores)?

Para que perceba exactamente o que são cores complementares, convém saber o que é o círculo cromático. Como o próprio nome indica, trata-se de uma representação circular das cores que o olho humano percepciona, estando, na maior parte dos casos, dividido em 12 partes. Cada parte representa uma cor. Pode pesquisar a roda das cores na internet ou comprar uma, numa papelaria, para ver as cores ao vivo e conjecturar diferentes combinações cromáticas para a sua casa. Mas prossigamos.

A roda das cores é composta por três cores primárias, três cores secundárias e seis cores terciárias. As cores primárias são o amarelo, o vermelho e o azul. Estas cores são primárias porque não podem ser criadas a partir da mistura de outras cores. As cores secundárias são o cor-de-laranja, o verde e o roxo, todas geradas por via da combinação das cores primárias. Por fim, estão as cores terciárias que são as que se situam entre as cores primárias e as secundárias como, por exemplo, o laranja avermelhado. A única forma de obtermos uma cor terciária é misturarmos uma cor primária com uma cor secundária. Em suma: temos as cores primárias que não podem ser criadas a partir de nenhuma outra cor, temos as secundárias que surgem da combinação das cores primárias e temos as terciárias que resultam da conjugação de cores secundárias e terciárias.

Mas a teoria das cores não se fica por aqui. É ainda mais complexa. Não se preocupe porque não vamos aprofundar em demasia o tema, até porque ele é mais útil a quem exerce profissões na área do design—seja ele de interiores, de moda, gráfico (criação de logos, por exemplo), etc. -, mas queremos partilhar consigo os conceitos fundamentais como o de sombra, matiz e tom. É fácil percebê-los. Veja:

Sombra: a sombra cria-se ao adicionar preto a uma cor, o que faz com que esta se torne mais escura e/ou rica;

Matiz: já a matiz diz respeito à versão mais clara da cor, sendo o oposto do conceito anterior. A matiz cria-se a partir da adição de branco;

Tom: o tom é a versão mais esbatida de uma cor, o que lhe acontece quando lhe adicionamos cinza. Os tons são essencialmente utilizados para criar ambientes em tons pastel.

Entender estes conceitos é importante porque assim se conseguem atingir outros níveis de complexidade, o que valoriza sobremaneira os projectos, quaisquer que eles sejam.

2—O que são cores análogas e complementares?

Já percebemos, portanto, que a roda das cores é formada por 12 cores: as primárias, as secundárias e as terciárias. Nesse círculo ou roda, as cores vizinhas são as cores análogas e as cores que ficam em lados opostos são as cores complementares. Entendamos, então, esta categorização. Veja os próximos pontos.

2.1.—Cores análogas

As cores análogas têm um baixo contraste entre elas pois são cores vizinhas. E em que é que isso se traduz na decoração? Quando se quer criar um ambiente mais sereno e acolhedor, as cores análogas devem ser utilizadas juntas. Ao optar por uma paleta de cores análogas evitará que os ambientes da sua casa fiquem demasiado coloridos e conseguirá criar uma atmosfera mais sóbria e elegante. Uma paleta sustentada em cores análogas será totalmente diferente de uma baseada em cores complementares (que já vamos ver) porquanto as primeiras não produzem altos contrastes (o que não significa que os contrastes sejam inexistentes nestes espaços, pois pode-se brincar com as sombras e com as matizes). Se procura criar um espaço com uma beleza mais subtil, a sua aposta deve incidir no uso de cores análogas.

2.2.—Cores complementares

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Chegamos, enfim, às cores complementares, as que, no círculo cromático, são cores opostas. Se olhar para o círculo e escolher uma cor, só tem que ver qual é a cor que está posicionada no lado oposto da mesma. Essas duas cores são cores complementares e contrastam fortemente entre elas, o que significa que, quando utilizadas juntas, formam ambientes bastante expressivos, vibrantes e fortes. Podemos afirmar que aqui se aplica a regra de que os opostos se atraem porque, não obstante serem cores muito diferentes e com um elevado contraste entre elas, combinam na perfeição e criam ambientes harmoniosos e estimulantes.

3—Quais são as cores complementares?

Há, essencialmente, quatro combinações de cores complementares:

  • o azul e o vermelho;
  • o amarelo e o roxo;
  • o vermelho e o verde;
  • e o azul e o laranja.

Alguma desta combinação de cores o cativa em especial? Saiba como usar cores complementares na decoração.

4—Dicas para usar cores complementares na decoração: o azul e o laranja

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Usar cores complementares na decoração é uma ideia que pode, à partida, intimidar. Estamos, afinal, a falar de cores vibrantes que, no mais, têm um alto contraste entre elas. Mas o truque é sabê-las usar nas proporções adequadas. Ficaria admirado com o que se pode fazer a partir delas.

O azul e o laranja, por exemplo, formam uma combinação deveras entusiasmante, fresca e enérgica. Ao passo que o azul tem uma qualidade calmante, o laranja vem como que quebrar o gelo. Se não se quiser comprometer de imediato com tal ousadia decorativa, considere usar estes tons em mobiliário (sofás, otomanas, cadeirões, cabeceiras de cama, etc.). Mas se está determinado a fazer um “all in”, porque não pintar as paredes de azul e apostar em peças de mobiliário laranjas? A imagem acima mostra-nos quão acolhedora ficou esta sala onde o binómio azul e laranja se evidencia.

O amarelo e o roxo

O amarelo e o roxo são duas cores primaveris e cheias de vida, mas nós percebemos que podem ser demasiado para algumas pessoas. Mais uma vez, a regra é usar nas quantidades certas para que o ambiente que não se torne demasiado exuberante ou sobrecarregado. Os projectos acima exemplificam como pode incorporar esta revigorante combinação na decoração. No primeiro quarto, conseguiu-se criar uma atmosfera altamente aconchegante e convidativa. Nos outros dois espaços, a abordagem é mais ecléctica e boémia, o que se coaduna com o estilo campestre e despojado da casa.

Vermelho e verde

A combinação de vermelho e verde pode, também, assoberbar, mas é, na verdade, muito aristocrática e funciona quando se encontram e aplicam os tons certos. O vermelho não é a primeira cor que nos ocorre quando pensamos em cores que combinam com o verde, mas, sendo complementar a este último, a união entre ambos não vai desapontá-lo. O verde é a cor que associamos à natureza, a uma boa energia, ao crescimento e ao relaxamento. O vermelho, por outro lado, é uma cor mais impetuosa, comummente relacionada com a paixão, a sensualidade e o calor. Juntas e bem doseadas conformam decorações ricas, aconchegantes e com um certo drama que as torna inesquecíveis.

Vermelho e azul

O vermelho e o azul são, também eles, cores complementares na roda cromática e ficam sempre bem quando juntas—não é incomum vermos o vermelho e o azul ciano no mesmo espaço, dois universos que se complementam—mas, se quiser evitar que o seu espaço fique com um ar demasiado clichê ou a parecer uma bandeira, pondere usar tons mais interessantes e complexos como o azul-marinho, o vermelho ferrugem, o azul esverdeado escuro, entre outros.

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