Casas low cost: cumpra o sonho de ter casa própria sem gastar muito!

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Ter casa própria é um sonho partilhado por muita gente. Andar uma vida a pagar uma renda a um senhorio e sentir que esse dinheiro vai saindo, mas que não têm uma coisa verdadeiramente delas, pode ser frustrante para algumas famílias. Contudo, também nem sempre as pessoas estão predispostas a contrair empréstimos avultados nos bancos. E assim se vai adiando o sonho. 

Por estas e outras razões, há uma procura crescente por tipos de habitação alternativos. As casas pré-fabricadas, por exemplo, têm vindo a ganhar popularidade. São baratas, ecológicas, rápidas de construir e, ainda por cima, pertencem a um nicho de mercado que, por estar em expansão, oferece soluções cada vez mais interessantes a todos os níveis.

Para além disso, é também importante ser criterioso no que à escolha de materiais diz respeito e delinear projectos simples que saiam menos custosos do que os que são pejados de detalhes. No que à decoração diz respeito, há também um ou outro truque que pode pôr em prática para controlar o seu orçamento.

Neste artigo, partilhamos consigo algumas ideias que cremos importantes.

1. Casas modulares: baratas e ecológicas

As casas modulares estão em altas! E o que é que se entende por casas modulares? Ora, são habitações cujas peças são construídas em fábrica, transportadas para o local e, por fim, montadas. Ao contrário do que muitos possam pensar, a verdade é que as casas modulares estão longe de ser caixotes de habitação e são, cada vez mais, casas modernas, eficazes tecnológica e ecologicamente, elegantes, confortáveis e personalizadas de acordo com os gostos e as ideias dos seus proprietários.

As casas modulares apresentam diversas vantagens quando comparadas com as casas de construção tradicional, entre as quais se destacam três: o tempo, o custo e a qualidade.

As peças que vão dar forma a este tipo de construção podem ser finalizadas em fábrica em pouco mais de uma semana e, com mais alguns dias, tem-se os trabalhos de montagem e de acabamento totalmente concluídos no local escolhido. O facto de a criação das várias partes que compõem o todo da casa ser levada a cabo em fábrica ajuda ainda a contornar os naturais transtornos meteorológicos que tantos atrasos e complicações causam nos processos de construção tradicional.

Por poderem ser construídas mais rápido e com recurso a menos mão-de-obra, estas casas acabam por custar muito menos do que as tradicionais. Ainda assim, e porque não convém deixar-se deslumbrar com os valores apresentados, é oportuno lembrar que, ao orçamento de construção, deve acrescentar o custo de compra de terreno, as instalações eléctricas e a tubagem. Seja como for, depois de todas as parcelas somadas, o preço final continuará a ser bastante vantajoso, especialmente se o local de instalação da casa não for uma zona cara onde os custos de construção são maiores.

Ao contrário do que muitas vezes se possa pensar, a qualidade das casas construídas em fábrica é bastante elevada, chegando muitas vezes a ser superior às construídas no local, especialmente porque os materiais da construção estão protegidos durante o processo e não estão expostos às agressões dos agentes naturais como o frio, o calor, a chuva, a neve ou a humidade. Para além disso, as casas modulares são supervisionadas de forma mais intensiva do que as tradicionais e tendem a ser energeticamente mais eficientes, o que significa que, no final, se pode economizar bastante nas contas de energia.   

Apesar de todas as vantagens de poupança inerentes à escolha deste tipo de construção, convém perceber que existem pequenas desvantagens. Para começar, se é verdade que o valor total vai ser mais baixo, também não é menos verdade que se deve preparar para um investimento inicial mais elevado uma vez que todos os materiais terão de ser adquiridos de uma só vez. Tenha em consideração, ainda, que o transporte dos materiais para a montagem da casa vai ser assumido por si e entra como despesa. Assim sendo, na hora de escolher os profissionais responsáveis pela construção, não se esqueça que, quanto menor for a distância entre fábrica e o local de montagem, menor será o preço final.

Nota homify: 

Não é possível dar um preço exacto de quanto vai custar uma casa pré-fabricada porque há vários factores que influenciam os custos. Como mera referência, dir-lhe-emos, porém, que uma casa pré-fabricada pode ir dos 25 mil euros aos 90 mil euros já com transporte e montagem incluídos. No entanto, este valor pode ser inferior ou superior. O ideal é pedir uma estimativa a uma empresa que se dedique à construção das mesmas.

​2. Projectos simples e materiais baratos

A melhor forma de poupar na construção de uma casa começa por um criterioso e inteligente planeamento da mesma ainda na fase inicial do projecto. A forma como se avança para o projecto final, assim como a escolha dos profissionais adequados, será fundamental para manter os custos dentro dos limites orçamentais almejados.

Uma forma interessante de reduzir os custos da construção de uma casa, e na qual muita gente não pensa, passa por optar por um projecto de arquitectura com uma geometria simples, sem planos complexos, sem demasiadas linhas curvas e problemas de difícil resolução. Na verdade, quanto mais complexo for o projecto inicial, mais custosa será a construção final. Mantenha sempre esta ideia em mente.

Por outro lado, pode ainda reduzir mais as suas despesas se ponderar a aquisição dos materiais e os métodos de construção com cuidado. O preço de uma construção pode ir muito além do custo dos materiais e, por vezes, uma decisão que pode parecer a mais acertada apresenta-se, a longo prazo, como um erro enorme. A durabilidade dos materiais, a vida útil e a manutenção da casa irão, com toda a certeza, afectar o custo final durante o tempo em que lá vive. Neste sentido, uma construção demasiado barata inicialmente pode resultar numa despesa avultada a médio e a longo-prazo. 

A forma mais inteligente de contornar os custos passa por considerar as relações qualidade/preço inerentes ao projecto de construção. Um bom revestimento no que concerne ao piso, por exemplo, pode evitar elevados custos de manutenção/substituição a médio ou longo-prazo, da mesma forma que um bom isolamento pode redundar em contas de electricidade e de aquecimento mais baixas.

​3. Planeamento do espaço

O planeamento do espaço necessário para uma casa confortável e funcional é fundamental para manter a obra dentro do orçamento previamente delineado. O preço do metro quadrado contribui significativamente para o preço final do projecto, sendo por isso fundamental calcular de forma inteligente o espaço realmente necessário para a construção.  

Uma das formas mais eficazes, e cada vez mais na moda, de tornar o espaço mais funcional é optar por uma configuração em plano aberto (open space). A forma como ele é arquitectado e construído torna o ambiente luminoso, amplo e mais propício ao convívio. Desta forma, consegue-se um maior aproveitamento de espaço útil e não são necessários tantos metros quadrados para se sentir confortável na sua casa. 

Mas atenção: os espaços amplos e completamente abertos obrigam a técnicas de construção que podem, ainda assim, trazer custos extra por necessidade de aplicação de estruturas adicionais—normalmente de aço—que suportem a estrutura. Aqui entra, uma vez mais, o papel do arquitecto que deverá encontrar soluções e formas de amenizar essa despesa extraordinária. Pequenas colunas ou paredes estruturais adicionadas ao espaço podem ser uma grande ajuda, mas devem ser cuidadosamente projectadas de forma a que o seu impacto no ambiente e no fluxo de espaço seja o mínimo possível e não torne o plano aberto, originalmente pensado, em dois ou mais espaços independentes.

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​4. Alternativas aos materiais caros

Uma outra forma bastante eficaz de reduzir os custos da construção diz respeito à substituição de materiais naturais caros por materiais sintéticos que, por custos bem menos significativos, podem cumprir a função sem desvirtuar o ambiente da casa. Um dos materiais mais utilizados na construção de habitações e que contribui bastante para o valor final do projecto é a madeira que surge aplicada nos mais diversos ambientes, mas que tem uma presença especialmente significativa no soalho.

Na verdade, para ter uma casa bonita, confortável e funcional não precisa obrigatoriamente de utilizar a madeira como material de referência. Pode substituí-la por alternativas mais económicas, de fácil instalação e manutenção como o laminado, o PVC ou o porcelanato. Qualquer um destes materiais imita na perfeição o efeito visual da madeira e terá um impacto bem menos pungente no valor final da sua factura. Estas escolhas, aparentemente simples, farão toda a diferença na despesa final e na capacidade, ou falta dela, de poder avançar com o projecto da casa que tanto deseja ter.

5. Interiores e decoração

No que à decoração diz respeito, também há uma panóplia de soluções para poupar. Entre elas, destacamos os DIY—Do It Yourself ou, em português, Faça Você Mesmo. Com as actividades DIY, as pessoas, em vez de comprar móveis ou peças de decoração, optam por criá-las elas próprias (isto também se aplica à moda e a outras áreas). Uma palete de madeira pode, por exemplo, transformar-se numa mesa de centro. Uma cómoda antiga da casa da avó pode transformar-se numa cómoda renovada com uma nova pintura e puxadores. Percebe a ideia? Para além de divertido, criativo e de poder envolver toda a família, poupa imenso dinheiro e ainda preserva o ambiente com a reciclagem de objectos e um menor consumo.

Pintar é uma das ferramentas de decoração mais baratas. Se, por exemplo, a sua sala de estar lhe parece monótona, pode pintar uma ou duas paredes com uma cor diferente e contrastante. Uma lata de tinta e uns pincéis ou rolos não saem assim tão caros (se calhar, até já os tem ou pode pedir emprestado) e não precisa, na maior parte das vezes, de contratar alguém para pintar uma parede. Aconselhamo-lo, contudo, a escolher a cor de forma ponderada para manter o espaço harmonioso.

A cozinha é a divisão da casa que, por norma, sai mais cara. Para mitigar a despesa, sugerimos, em primeiro lugar, que aposte em electrodomésticos de classe A++. Sim, é certo que podem sair um pouco mais caros (embora agora a oferta já seja vasta), mas também não é menos verdade que consomem muito menos energia e, como tal, são uma boa aposta. No que aos armários diz respeito, pode substituir os armários tradicionais, na parte superior, por prateleiras. Para além do espaço ficar visualmente mais leve, pode acomodar sobre as prateleiras alguns objectos de cozinha interessantes do ponto de vista estético como cerâmica, frascos de especiarias, vasos com ervas aromáticas, livros de cozinha, entre outros. As prateleiras sair-lhe-ão muito mais baratas do que os armários e, para além disso, são tendência.

​6. Profissionais

Se está a pensar projectar e decorar uma casa e não quer gastar muito, considere contratar alguns profissionais que o ajudem nesse sentido. Tem, claro está, que lhes pagar. Contudo, eles sabem rentabilizar um orçamento e conseguir fazer mais com ele do que, muito provavelmente, nós conseguiremos. Assim, não se esqueça de consultar a nossa lista de arquitectosdecoradoresdesigners de interiores. Para ver outras categorias, basta carregar sobre o separador “Profissionais” e seleccionar o que procura na coluna do lado esquerdo. Com vista a afunilar a sua pesquisa, introduza o código postal ou o nome da sua área de residência.

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